O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 41.999 GWh em maio, alta de 3% em comparação com mesmo mês de 2021, informa o último boletim da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A classe comercial cresceu novamente 2 dígitos e respondeu por cerca de 60% da expansão, enquanto as residências e indústria também subiram, mas mais modestamente. No acumulado em 12 meses são 504.440 GWh, crescimento de 2,7% comparado com o período imediatamente anterior.
A demanda na indústria cresceu 1%, com as regiões Sudeste e Sul aumentando em 2,8% e 1,6%, enquanto Centro-Oeste, Nordeste e Norte retraíram 1,4%, 2,1% e 4,6% respectivamente. Sete dos dez ramos mais eletrointensivos apresentaram alta, entre eles produtos alimentícios com 3,5%, e que pelo quinto mês consecutivo é o ramo de maior expansão, com destaque para o Sudeste. Completam a lista Papel e celulose, produtos de borracha e material plástico e produtos minerais não-metálicos.
Na metalurgia houve queda marginal de 0,3% na produção da maior unidade de alumínio primário do país, no Pará, por um incidente interno na distribuição de energia da fábrica. Já os setores com retração foram: têxtil, automotivo e químico, perfazendo 2,1%, 4,8% e 3,7%.
Já a expansão de 8% nas exportações em maio contribuiu para o consumo de eletricidade. Segundo a Secex, entre os produtos com as maiores altas estão minérios de níquel e seus concentrados, carne bovina, farelos de soja e outros alimentos para animais e gorduras e óleos vegetais.
No segmento comercial, o salto de 11,3% em maio puxou o resultado geral. De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços nacional cresceu 9,4% em abril deste ano comparado com abril de 2021. Transportes, serviços prestados às famílias e de atividades turísticas foram os que mais podem ter contribuído para o desempenho da classe.
Na análise regional Sudeste liderou a expansão da classe com 15,2%, seguida pelo Centro-Oeste (12,1%), Nordeste (10,1%), Sul (4,3%) e Norte (2,1%). Os estados com maiores taxas de crescimento foram Minas Gerais, Goiás, Bahia, Acre e São Paulo. Por outro lado, Amazonas, Maranhão e Rio Grande do Sul foram os únicos que tiveram queda do consumo.
Nas residências, o incremento de 2,6% foi puxado pelas elevações do consumo nas regiões Centro-Oeste (5,5%), Nordeste (5,3%), Norte (4,9%) e Sudeste (1,5%). Clima mais seco no SE/CO e temperaturas mais elevadas no Norte e NE explicam parte do resultado. Somente a região Sul anotou queda de 0,7%, onde foram registradas temperaturas mais baixas e chuvas acima da média. Porém, em algumas localidades o frio foi tão intenso que favoreceu o aumento do consumo das residências pelo uso de aparelhos de aquecimento de ambiente, como em Santa Catarina e Paraná.
Entre as Unidades da Federação, as maiores taxa de crescimento em demanda residencial ocorreram no Maranhão, Acre, Roraima, Mato Grosso e Rondônia. Já Rio Grande do Sul, Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Amazonas, Piauí e São Paulo registraram variações negativas. Se considerarmos o ajuste pelo ciclo de faturamento da distribuidora, para Distrito e São Paulo a taxa de consumo passa a ser positiva. Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta de 6%, enquanto o consumo cativo das distribuidoras expandiu 1,1%.